Racionalismo Cristão é expressão que nem todos podem compreender. É uma Filosofia Espiritualista bela e pura, saudável, ensina as criaturas como devem viver, como podem se desvencilhar das trevas da ignorância e adquirirem mais luz para seus espíritos. Fernando Faria

Como ser feliz? – Por Fernando Faria

8. Como ser feliz?
8.1 Ser feliz é ser esclarecido. O Espírito esclarecido e, por isso mesmo, forte, não se deixa abater por desilusões ou desenganos. Compreende as causas das fraquezas e da maldade das criaturas, não confia em perfeições que sabe não existirem, e aceita os acontecimentos com racional entendimento.

8.2 Cumpre não esquecer que, para serem bem atingidos os objetivos da vida, é preciso, primeiramente, planejar, estabelecer normas de conduta, desenvolver a faculdade criativa e não se limitar a fazer o que os outros fazem. Há necessidade de aprimorar a personalidade, de formar uma consciência própria, única maneira de fortalecer o modo de raciocinar e chegar a conclusões seguras.

8.3 Verdadeiro, leal, honesto e equilibrado, o ser esclarecido não se esquece, nos momentos de perigo, que a sua integridade moral deve pairar acima de todas as considerações e interesses, e não teme as consequências da sua posição inflexível contra a corrupção.

8.4 O Espírito é luz e, como tal, brilha com intensidade correspondente ao seu grau de progresso. Intensidade de luz quer dizer intensidade de vibração. Quanto maior for essa intensidade, mais acentuado é o conhecimento da vida, mais evidente a ação dinâmica espiritual, mais seguro o controle dos atos humanos e mais apurado o uso do livre arbítrio.

8.5 O livre-arbítrio é uma faculdade espiritual controlada pela vontade e, quando bem usada, orientada pelo raciocínio.

8.6 Quanto maior for o poder de raciocinar, tanto mais fácil se torna o governo do livre-arbírio. Livre-arbítrio quer dizer liberdade de plena ação, tanto para o bem, quanto para o mal.

8.7 A faculdade do livre-arbítrio começa a despertar quando a partícula inteligente ascende à fase evolutiva que lhe dá condições de encarnar em corpo humano. Nessa fase, como é compreensível, o desconhecimento da Verdade a respeito do processo de evolução é completo. A criatura, porém, já possui a consciência do bem e do mal.

8.8 O mau uso do livre-arbítrio resulta da curta capacidade de raciocinar, da aquisição de vícios e maus costumes e do cultivo de sentimentos inferiores, entre os quais tem papel de destacado relevo a perversidade.

8.9 Usar o livre-arbítrio como arma contra o semelhante, utilizar-se dele para injuriar, intrigar, escarnecer, caluniar e desmoralizar o próximo, constitui crime da mais alta condenação.

8.10 Praticam o bem os que trabalham para o aperfeiçoamento de hábitos e costumes, promovendo a sua evolução. Os que, por ações ou pensamentos, fazem retardar essa evolução, incidem no mal que acabará, cedo ou tarde, por atingi-los, com maior ou menor dureza.

8.11 Sob a influência dos vícios e dos maus costumes, aquisições inimigas da saúde e da evolução espiritual, a pessoa fica saturada de vibrações animalizadas que a fazem perder o respeito por sim mesma, levando-a a cometer desatinos reprováveis. Todo mal cresce de vulto quando praticado conscientemente, e os que assim procedem terão, sem nenhuma dúvida, um triste despertar.

8.12 O Espírito vem encarnar, consciente de que travará lutas morais e materiais na Terra, mas não suponha que ele traga um destino traçado e que tudo que acontece é porque tinha que acontecer. Não acontece isso. O Espírito, pelo livre-arbítrio que possui, não tem destino traçado e, sim, ações boas ou más a praticar.

8.13 Contribui para nossa felicidade relativa a seguinte recomendação de Luiz de Mattos: Saber esperar é ter certeza absoluta do triunfo em todas as naturais campanhas da vida; e triunfa sempre quem sabe esperar, porque é certa a sua ligação com as Forças Superiores, as quais constituem a Corrente Branca, fortificadora de corpos e almas e desmanteladora da Magia Negra, constituída por pensamentos perversos que irradiam as criaturas de má índole e todos os praticantes dessa magia malfeitora.

8.14 Nós trazemos conosco um Tribunal julgador das nossas ações, que nos acompanha por toda a existência, pois todos os nossos atos ficam registrados na memória do Corpo Astral.

8.15 Uma das piores sentenças que esse Tribunal às vezes nos impõe é o remorso. O remorso é uma inquietação da consciência, uma dor moral, gerada por culpa ou por crime cometido, isto porque tomamos uma decisão errada, por não sabermos muitas vezes renunciar.

8.16 O poder do Raciocínio constitui valioso atributo de que dispõe o espírito para analisar os fatos da vida e tirar dos acontecimentos as lições que lhe puderem ser úteis.

8.17 O raciocínio é como uma luz projetada sobre os problemas difíceis da existência para torná-los claros e compreensíveis.

8.18 O homem é, por excelência, um espírito criador. Quando influenciado pela falsa idéia do milagre e da ajuda divina, à espera dos quais se detém, inerte, em lugar de esforçar-se para ajudar-se a si mesmo, chega, muitas vezes, ao fracasso, por não saber utilizar-se de duas forças poderosas que possui e que, devidamente exercitadas, o teriam conduzido ao triunfo. Essas duas forças, que na maioria dos seres jazem ignoradas e adormecidas, se chamam Vontade e Pensamento.

8.19 Quem desconhece os Princípios do Racionalismo Cristão recebe rajadas fluídicas do astral inferior. Este suga-nos a vida anímica e deixa-nos como que esgotados, sente-se o corpo fraco e vêm-nos à mente os sintomas das doenças dos outros.

8.20 Precisam os seres, por isso mesmo, conhecer a ação do Pensamento, o Poder da Vontade, a Força Psíquica da Atração, as quais poderão ser tanto exercitadas para o bem como para o mal, conforme a natureza dos pensamentos que as dinamizaram e, consequentemente, os recursos, os meios, os elementos que todos indistintamente possuem para atrair o bem e repelir o mal.

8.21 Cumpre acentuar — e este detalhe é da maior importância — que nem todos os males de que é vítima a humanidade são produzidos pela ação dos espíritos do astral inferior. Cada indivíduo possui tendências, temperamento, modo particular de sentir e ver as coisas, livre-arbítrio para tomar as decisões e individualidade própria. A ele cabe, por conseguinte, a responsabilidade direta pelos sucessos ou fracassos que tiver na vida.

8.22 Se é verdade que as foças do astral inferior são atraídas por pensamentos afins e intervêm na vida dos seres humanos causando diversos males ou agravando os já existentes, não é menos verdade que eles se podem defender dessas forças inferiores, com as poderosas armas do Pensamento e da Vontade.

8.23 Os pensamentos, formando correntes que se cruzam em todas as direções, têm como fonte alimentadora os próprios seres encarnados e desencarnados que os emitem.

8.24 Muitas dessas correntes são, além de doentias, terrivelmente avassaladoras. Elas chegam mesmo a exercer acentuada predominância sobre as benéficas, pela grande inferioridade espiritual de que está saturada a atmosfera deste planeta.

8.25 A educação e o fortalecimento da vontade têm importância fundamental na ação de governar os pensamentos. Aprendendo a fortalecer-se com sentimentos repletos de valor, o ser humano criará em torno de si uma barreira fluídica de tamanha rigidez que os pensamentos maléficos dos espíritos obsessores não terão força para quebrar.

8.26 A calma, a serenidade, a moderação, as atitudes ponderadas, a reflexão, o critério e o bom senso são qualidades reveladoras de equilíbrio mental, por meio do qual o espírito, no torvelinho da existência terrena, procede com mais segurança e se abstém da prática de erros comuns.

8.27 A compreensão clara e verdadeira da vida habilita o ser a acelerar o desenvolvimento, e a apuração de suas qualidades espirituais para diminuir o número de encarnações, neste mundo-escola de ambiência sofredora, onde a ignorância gerou o materialismo em que a humanidade se afunda e, com ele, a degradação moral infiltrada em todas as camadas sociais.

8.28 Essa compreensão dá ao indivíduo um sentimento prático de renúncia às coisas terrenas, pela certeza da transitoriedade da sua permanência neste planeta e de que são de uso provisório as riquezas materiais, com as quais somente poderá conseguir objetivos de limitado alcance.
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8.29 O espírito de renúncia, de desprendimento, de abnegação, de sacrifício e de solidariedade humana é, pois, o resultado da superior compreensão da vida que aproxima fraternalmente os seres uns dos outros, como partículas irmãs de um único Todo.

8.30 Não se pode dissociar a espiritualidade da Disciplina da Ordem. A Disciplina é indispensável para usufruirmos uma felicidade relativa, dominando as emoções e os ímpetos, tanto no trabalho como no lazer. A criatura, disciplinando todos os atos e vivendo ordenadamente, terá tempo para trabalhar, descansar e instruir-se. Tudo no Universo obedece à Disciplina imposta pelas Leis Naturais. Podemos constatar esse fato na mecânica celeste dos astros no espaço sideral.

8.31 Ninguém se pode eximir do dever de trabalhar e de procurar no trabalho a satisfação da vida. O universo inteiro é uma oficina de trabalho permanente, na qual todos precisam ser operários ativos e diligentes. Os que assim não compreendem, ficam à margem da vida, tornando-se indivíduos marginais, como marginais são os espíritos do astral inferior, com os quais se associam pela lei da atração. Logo, a ociosidade é mal que deve ser combatido, energicamente, por meio da educação da vontade.

8.32 Do bom aproveitamento da existência neste mundo, ninguém deve se afastar, nem mesmo por um instante. É possível descobrir algo útil para fazer em todo lugar e em qualquer tempo. A consciência, para isso, precisa estar alerta, e a boa disposição bem cultivada. As oportunidades vão e vêm, a cada passo, embora muitas vezes passem despercebidas, por falta de educação espiritual.

8.33 Sabemos que a união faz a força, já comprovado tanto no sentido material como no espiritual. A influência do meio é muito importante para o bem-estar do espírito. Vários indivíduos de má índole, ligados uns aos outros e a terceiros por pensamentos afins, produzem vibrações muito mais perniciosas do que as emitidas apenas por um deles.
8.34 Por este exemplo se vê que todo indivíduo deve saber preparar-se mentalmente sempre que tiver de penetrar em qualquer mau ambiente. Esse preparo consiste no pensamento vibrado com sabedoria, elevação, consciência e confiança em si mesmo.

8.35 Num mundo tão tormentoso como este, em que os seres se movimentam num oceano de angústias e incertezas, incorrendo, a cada passo, em falhas de maior ou menor gravidade, nada mais acertado do que procurarem firmar-se em conhecimentos espirituais verdadeiros e práticas que os livrem de andar às escuras nos caminhos da vida.

8.36 Para sermos relativamente felizes, precisamos possuir equilíbrio mental, o qual provém da apuração dos sentidos, do temperamento bem ajustado às realidades da vida, da serenidade, da compreensão exata das possibilidades e da justa apreciação dos fatos.

8.37 Também seremos relativamente felizes se formos honrados. O que se pode chamar de honrado reduz-se a quatro princípios que devemos obedecer no dia-a-dia da existência:

1.      PONDERAÇÃO: É a perspicácia do espírito, que nos obriga a buscar a verdade.
2.      JUSTIÇA: Virtude moral pela qual se atribui a cada indivíduo o que lhe compete.
3.      VALOR: É a grandeza de ânimo que não nos abate, faz-nos capazes das maiores empresas e nos assegura firmeza contra os mais terríveis infortúnios.
4.      MODERAÇÃO: São a ordem e medidas justas e exatas que devemos guardar em todas as nossas ações e palavras.

8.38 A luta é a vida destinada a todos os Espíritos, quer estejam encarnados neste planeta de torturas e provações, quer tenham de chegar à atmosfera da Terra para nela trabalharem em corpo astral. Por esse motivo, afirmamos que viver é lutar, com mais ou menos intensidade, com mais ou menos valor, mas lutar sempre para a alma se libertar, o mais rapidamente possível, das manchas resultantes de suas faltas, filhas dos seus descuidos e desvarios, que se acham aderidas a ela, como a ferrugem ao ferro. Só se vence quando se luta com Valor, com Ponderação, com Moderação, com Justiça e com Paciência, que nasce do conhecimento e da prática desses quatro princípios que constituem o homem verdadeiramente honrado. Lutar, pois, com Valor e Paciência é vencer, é ter certeza do êxito e caminhar para a perfeição suprema. Quer isso dizer que o ser humano que não tiver Predomínio Sobre Si Mesmo, que não tiver Paciência e Tato, não poderá dominar a si próprio, nem governar os outros.

Como ser feliz?
Por Fernando Faria

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