Racionalismo Cristão é expressão que nem todos podem compreender. É uma Filosofia Espiritualista bela e pura, saudável, ensina as criaturas como devem viver, como podem se desvencilhar das trevas da ignorância e adquirirem mais luz para seus espíritos. Fernando Faria

Porque vivemos? – Por Fernando Faria

2. Por que vivemos?
2.1 Vivemos para cumprir a Lei da Evolução. A Evolução tem que ser operada a qualquer custo. Assim o impõem as Leis Naturais e Imutáveis que regem o Universo. E estas são indiferentes ao tolo pretencionismo dos que pensam poder iludi-las ou anulá-las.

2.2 Quando a evolução não for devidamente considerada, não há explicação lógica nem racional para a existência. Deve, por isso, todo indivíduo imprimir uma superior orientação à vida para encurtar o processo de sua evolução, esforçando-se por ser operoso e progressista e ter a atenção voltada para o aprimoramento da própria personalidade.

2.3 O princípio fundamental da vida no Universo é a Evolução. Nela reside a base do entendimento de tudo quanto se passa dentro e fora do alcance visual humano.

2.4 Negam a evolução, por ignorância uns, por cepticismo radical outros, por interesses sectaristas tantos, empreguem para reforçar essa negativa todos os sofismas, todos os floreios, todos os artifícios de linguagem de que forem capazes, e a evolução estará sempre presente, sempre viva, sempre atuante em todas as manifestações da vida, desde quando esta começa a despertar.

2.5 Por que tanto se interessam determinadas seitas em negar a evolução?

Por que tão intransigentemente se opõem a ela?

Por que não se curvam diante dela e a admitem e aceitam?

O motivo não é difícil encontrar se considerarmos que o reconhecimento da evolução reduz a fagulhas a mística da salvação.


2.6 Se as organizações religiosas revelassem a Verdade aos seus adeptos, no tocante à fantasia dos perdões, da salvação eterna, da mansão celestial, do divino pai, do inferno, do demônio, do purgatório e de tantas outras invencionices, nenhuma delas se manteria de pé.

2.7 Desapareceriam as fontes de renda representadas pela indústria dos santos de madeira e de barro, das relíquias, dos dízimos do “Senhor”, das esmolas para os “Santos”, das rezas e de muitas outras práticas artificiosas.

2.8 Martelando a idéia da “salvação” na mente da criança, vai-se essa fantasia impregnando no seu corpo astral até criar raízes profundas.

Mais tarde, quando adulta, repete maquinalmente o que se habituara a ouvir, sem querer submeter o caso ao raciocínio por sentir um desagradável choque entre o falso, por tanto tempo armazenado no subconsciente, e o verdadeiro, latente no sentido consciente.

2.9 Além de absurdo, é o dogma da “salvação” um estímulo ao comodismo.

O trabalho, a luta que o ser humano precisa travar, o esforço a que não pode deixar de empregar para conseguir a evolução espiritual e o progresso material, não são entendidos pelos sectaristas que melhor confiam na “graça”, e nos “favores”, na proteção da suposta divindade, do que em tudo mais.

2.10 Não se pense que os fanáticos vão admitir, como reais, as verdades aqui proclamadas. O fanatismo tolda a inteligência e não deixa raciocinar. Para o fanático, há livros sagrados ditados por um “deus”, dos quais ele não pode nem deve duvidar, sob pena de cometer grande pecado e pôr em risco a sua “salvação”.

2.11 A aceitação da Evolução implicaria na destruição de um sistema de que participam, direta ou indiretamente, milhões de indivíduos cujas conveniências pessoais são colocadas acima dos interesses da humanidade.

2.12 Nem todos os adversários da evolução estão convencidos da sua inexistência. Não é pequeno o número dos que, mesmo combatendo-a, intimamente a admitem. Alguns a negam por não lhes ser profissionalmente conveniente a verdade. Outros, por subordinação a dogmas que os tornaram fanáticos e obscurantistas.

2.13 A Evolução faz-se sentir em tudo: na semente que brota para transformar-se em flor; na árvore que se agiganta e frutifica na trajetória de um ciclo; no ser humano que penetra na escola analfabeto e da lá sai cientista; no desenvolvimento das artes, das letras, das ciências, da música, dos laboratórios, das indústrias, das invenções e das utilidades sociais.

2.14 O homem surgiu neste mundo como resultado da evolução dos animais que o precederam. E, apesar do adiantamento atual do Planeta, a marcha evolutiva nos três reinos da natureza prossegue sem qualquer interrupção ou alteração. Apenas os que agora iniciam o seu progresso em corpo humano encontram, na época presente, condições mais favoráveis ao seu desenvolvimento mental.

2.15 O observador que quiser enxergar tem diante dos olhos o quadro da evolução do espírito na vida terrestre.

Não existem dois indivíduos iguais, embora os haja semelhantes.


Cada um está promovendo o seu progresso a seu modo e a sua custa, de acordo com o procedimento que tem adotado no transcurso das encarnações passadas, num período de milhares de anos.

2.16 Os que usaram melhor o livre-arbítrio, é evidente, conseguiram evoluir mais do que outros menos cuidadosos, no mesmo número de encarnações.

2.17 Aí está uma das razões que explicam a grande heterogeneidade de mentalidades, disparidades de sentimentos e divergências de conceitos, que se observam no meio do povo.

2.18 É que o número de encarnações realizadas varia de indivíduo para indivíduo, como varia também o aproveitamento que cada qual adquire por esforço próprio.

2.19 Veja-se como esta revelação da vida transmitida ao conhecimento humano é diferente da que os sectaristas apresentam, cheia de incoerências, absurdos e contradições, porque baseada nas sandices bíblicas, em parte inspiradas por espíritos galhofeiros do astral inferior, conhecidos como “profetas”, que se serviram, não raro, de médiuns confabuladores, iguais aos muitos que por aí andam a explorar o imenso filão da crendice, do qual auferem grandes lucros em pretensas ciências.

2.20 Quando foram escritos, há milhares de anos, os livros que ainda hoje, no século das luzes, embevecem e atrofiam o raciocínio de milhões de adoradores, estava este mundo em condições bem inferiores às atuais.

2.21 A compreensão e conhecimento das coisas são frutos da evolução do espírito, e muitos dos que hoje estão encarnados já consideraram a vida sob um aspecto que se aproxima cada vez mais da Verdade.

2.22 É lamentável que o ser humano transforme, por ignorância, a larga estrada da evolução, num estreito, áspero e sinuoso caminho repleto de obstáculos difíceis de transpor.

2.23 Todos terão de compreender, cedo ou tarde, que a humanidade caminha na mesma direção e para alcançar um idêntico fim, que é o aperfeiçoamento, e só é possível pelo esforço próprio bem orientado, pelo trabalho individual disciplinado e pela conquista do saber à custa de atividade intensa e permanente.

2.24 Deve o indivíduo procurar a si mesmo, e em si mesmo aprender a confiar, consciente de serem imensos e inavaliáveis os recursos que possui para levar a bom termo cada existência física.

2.25 Com este pensamento ficará sincronizado com a corrente da evolução por onde fará a sua ascensão espiritual, sem grandes tropeços e sem maiores sacrifícios.
2.26 O medo e a temeridade são dois extremos, em cujo ponto médio está a coragem — virtude componente da fisionomia do caráter.

2.27 Todos os atributos morais estão equidistantes desses dois extremos. Ainda em posições extremas, situam-se o perdulário e o avarento, mas o comedido fica no centro, que representa a posição real para todos os seres de caráter bem formado.
2.28 Nessas mesmas posições extremas estão as qualidades negativas que inferiorizam o espírito, enquanto que no centro, ao contrário, refulgem as positivas, ideais, construtivas, que engrandecem, fazendo-o crescer na escala ascendente da evolução.

2.29 Como o perdulário e o avarento, também a malquerença e a adoração ocupam pontos extremos, mas a amizade e a virtude têm lugar destacado no centro.
2.30 Homens e mulheres se despencam pelos flancos de perigosos abismos, por não quererem compreender que entre duas forças iguais e opostas existe sempre um ponto central de equilíbrio, em que deveriam manter-se para poderem desfrutar as vantagens que ele oferece.
2.31 Tanto a malquerença como a adoração criam situações condenáveis: enquanto a malquerença desperta o sentimento de aversão, de ódio e vingança com os mais perniciosos efeitos para o agente, a adoração conduz ao temor, à humildade subserviente e subalterna, à subjugação das iniciativas, à alienação da vontade, à falta de confiança do indivíduo em si mesmo, sempre em desprestígio do espírito e em flagrante anulação do seu próprio valor.
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2.32 Em ambos os sentimentos, aqui apenas citados como exemplos, a evolução ou se retarda ou não se produz, o que muito prejudica o caráter. Trabalhar para aperfeiçoar, cada vez mais, esse grande, esse inconfundível atributo (a evolução), é acumular riqueza espiritual de inexcedível valor.
2.33  Não se deve confundir evolução com cultura. Ser evoluído é muito mais praticar a Moralidade Racionalista do que possuir erudição ou conhecimentos técnicos.
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Não confundir o Espiritualismo Racionalista com religiosidade. Espiritualismo Racionalista é entender que o Universo é constituído por Força e Matéria e que a Vida é a ação da Força sobre a Matéria. Religiosidade é ausência de raciocínio. São os dogmas, a fé, o misticismo, a salvação, o perdão, a graça e demais estultices.

Porque vivemos?
Por Fernando Faria

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