10. O
que é a obsessão?
10.1 A
obsessão é uma enfermidade psíquica resultante do mau uso do livre-arbítrio, da
vontade mal educada, das inclinações sensualistas, do descontrole nos atos
cotidianos, do nervosismo desenfreado, dos desejos insuperáveis, da ambição
desmedida, do temperamento voluntarioso e, consequentemente, do desconhecimento
ou da inobservância dos ensinos racionalistas cristãos.
10.2 A
obsessão é também um estado da alma devido à ação mais ou menos direta de
espíritos desencarnados ou mesmo de encarnados, influindo sobre criaturas de
diversos modos: desde a simples sugestão insistente, perene, tenaz, à ação
direta, enérgica, violenta, provocando os chamados ataques.
10.3 O
espírito obsessor age movido pelo amor ou pelo ódio, e sob o influxo de um
desses sentimentos. Dominando sua paixão, ele procura captar a confiança da sua
vítima: sua ação é intencionalmente demorada, branda, incessante, delicada; se,
porém, a paixão o domina, a agressão é violenta e brutal.
10.4 No espiritismo bíblico-religioso, o que buscam quase todos os seus praticantes é o proveito material. Fazem-se ali especulações, “serviços”, “trabalhos”, à custa de espíritos obsessores do astral inferior. Em tal ambiente, as mistificações têm grande predomínio. Os riscos da obsessão são tremendos. Nesses centros não há disciplina protetora contra os maus espíritos, por ser esta ministrada tão-somente pelos espíritos do Astral Superior, que não se imiscuem nessas práticas.
10.4 No espiritismo bíblico-religioso, o que buscam quase todos os seus praticantes é o proveito material. Fazem-se ali especulações, “serviços”, “trabalhos”, à custa de espíritos obsessores do astral inferior. Em tal ambiente, as mistificações têm grande predomínio. Os riscos da obsessão são tremendos. Nesses centros não há disciplina protetora contra os maus espíritos, por ser esta ministrada tão-somente pelos espíritos do Astral Superior, que não se imiscuem nessas práticas.
10.5 A
obsessão religiosa tem sua fonte, sua origem, na infância dos seres, quando eles
começam a sentir-se deslumbrados diante dos quadros que lhes pintam do céu, do
inferno, do pai celestial, da corte dos anjos, arcanjos, querubins, e demais
fantasias.
10.6
Todos os seres humanos são dotados, dentre outras, da faculdade da intuição.
Por meio dela, espíritos desencarnados que perambulam na atmosfera da Terra, em
estado de perturbação, interferem na vida e nos pensamentos dos seres
encarnados, levando-os a cometer as piores ações, fazendo-os chegar
frequentemente à obsessão.
10.7
Contra essa influência são inúteis os apelos a hipotéticos deuses e santos,
geralmente formulados pelos que desconhecem estes princípios básicos e
fundamentais da Vida Universal: atração e repulsão, ação e reação, causa e
efeito.
10.8 O
perigo do contato com os espíritos do astral inferior está em o ser humano
sujeitar-se às más influências intuitivas, as quais resultam em desatinos, em
obsessões, em conflitos domésticos, em ressentimentos infundados, em
desentendimentos com a família, em prevaricações e infidelidades.
Há também o
risco de acidentes e desastres motivados pelo estado de perturbação a que eles
podem fazer chegar os seres humanos. A esses males, acrescentam-se as moléstias
infecciosas que os espíritos do astral inferior (espíritos quedados na atmosfera terrestre) geralmente ocasionam ou
agravam, levando a criatura à desencarnação.
10.9
Como os espíritos do astral inferior não ignoram que todos os seres possuem
mediunidade intuitiva, dela se aproveitam para incutir, no mental dos mesmos,
idéias absurdas e disparatadas. Há ambientes avassaladores como necrotérios,
igrejas, hospícios, enterros e cemitérios, onde o Astral Superior não pode
irradiar. Pensar em tais lugares é entrar na corrente obsessora.
10.10
Os que, grandes ou pequenos, ricos ou pobres, humildes ou poderosos, vivem à
margem dos bons preceitos morais; os que praticam, oculta ou ostensivamente,
ações indignas; os que trazem afivelada ao rosto a máscara da bondade e
escondem na alma as mais feias vilanias; os assassinos, os ladrões, os
vigaristas, os salafrários, os traidores, os desordeiros, os terroristas, os corruptos, os mentirosos, os pusilânimes, os traficantes, os sequestradores, os
vadios e, em geral, todos os patifes, não passam, sem o saber, de seres
escravizados a falanges obsessoras que os tornam instrumentos dóceis da sua
vontade e os levam a praticar as mais abomináveis ações.
10.12 Quando nós nos sentimos enfraquecer, devemos recapitular o livro Racionalismo Cristão ou outra obra do Centro Redentor, e devemos esquecer o que nos haja feito sofrer, e dentro de alguns minutos estaremos circundados de Luz, emanada dos Mundos Evoluídos, visto religarmo-nos ao Astral Superior, pela atenção presa ao que as obras encerram.
10.13 A
obsessão pode apresentar-se de forma sutil, amena, periódica, permanente,
branda ou violenta.
10.14
Nas formas sutis e amenas, manifesta-se por manias, pavores, esquisitices,
fobias, cacoetes, excentricidades, exotismos, extravagâncias, paixões,
fanatismo, covardia, indolência e por todos os excessos, como os sexuais, os de
comer, os de rir ou chorar e muitos outros.
10.15
Apesar de toda a ação deletéria, que as forças do astral inferior exercem sobre
a humanidade, forçoso é reconhecer que a culpa da obsessão cabe, em grande
parte, às próprias vítimas, por haverem, quando sãs, alimentado os pensamentos
com que formam as correntes de atração em que se apóiam os obsessores.
10.16
Os pensamentos de perversidade, de vingança, de ódio e outros semelhantes,
vibram em todas as direções do espaço inferior, estabelecendo imediato contato
entre quem os emite e os espíritos obsessores.
10.17
Nem sempre o espírito obsessor tem consciência do mal que produz. Ele é também
vítima dos erros que praticou, quando encarnado, pelo desconhecimento que tinha
da vida fora da matéria.
10.18
Essa lamentável ignorância fê-lo prisioneiro do ambiente atmosférico da Terra,
levado pela cegueira de falsas crenças e persuadido de que nada mais existe
para os que desencarnam, além do ilusório meio em que passam a viver.
10.19
Procura, então, desenvolver qualquer atividade nesse ambiente, passando a
intuir os seus ex-parentes, amigos e conhecidos, na suposição de que pratica
uma boa ação ou por sentir prazer nessa atividade.
10.20
Essas intuições, se bem aceitas, fornecem estímulos para outras, estabelecendo
intensa co-participação dos espíritos do astral inferior com os seres
encarnados. Quando isso acontece, o caminho da obsessão está aberto.
10.21
Os obsessores, sempre que a afinidade for intensa, não se apartam da vítima,
pelo prazer que têm de permanecer onde se sentem bem. Quando a obsessão é
provocada por espíritos que foram inimigos do obsedado na Terra, a ação
perturbadora é exercida com maior violência contra ele, tornando-se mesmo comum
as crises furiosas.
10.22
Os espíritos que levaram, quando encarnados, uma vida irregular, materializada
e abundante de falhas, permanecem no astral inferior, não raro por decênios,
agindo perversamente contra os encarnados.
10.23
Sua preocupação é a intuição para o mal. Servem-se, para isso, de criaturas de
vontade fraca que usam como instrumentos passivos para a consumação dos seus
crimes. Daí os homicídios, os suicídios e tantas outras calamidades sociais.
Esses espíritos atuam isoladamente ou em falanges obsessoras bem adestradas,
para melhor alcançar os seus objetivos. Suas organizações possuem vigias
atentos, escalados em vários pontos, prontos para dar o sinal no instante
preciso e promoverem a convocação de outros obsessores para a ação em conjunto.
10.25
Sem este esclarecimento não há quem possa fugir à influência obsessora, nem
impedir que forças externas interfiram nos seus atos e em seu eu espiritual.
10.26
Somente os esclarecidos que têm consciência do valor dessas poderosas forças —
que se chamam vontade e pensamento — são capazes de manter à distância os
obsessores.
10.27
Os indivíduos voluntariosos estão frequentemente em choque com os demais, mesmo
que tais choques não sejam exteriorizados, e nada é mais divertido para os
espíritos do astral inferior do que assistirem aos choques humanos. Isso
assanha os obsessores. Como andam sempre à espera do momento propício que lhes
permita a atuação, o indivíduo voluntarioso vive marcado por eles. A cada passo
lobrigam o ensejo de armar um atrito. Na falta de outra ocupação, esta, para
eles, é absorvente.
10.29
Todo cuidado é pouco, e só o conhecimento de como se processa a evolução
assegura ao indivíduo as condições, os recursos, os meios de defender-se da
obsessão.
10.30
As atrações apaixonantes pelo prazer e o impulso convidativo com que impelem as
vítimas para as suas cariciosas redes são as mais perigosas. Até os
esclarecidos primários rolam, às vezes, por esse despenhadeiro.
10.31
Por higiene mental, não se deve pensar em intrigantes, caluniadores, desafetos
e, em geral, nas pessoas de maus sentimentos. Pensar em tais seres é ligar-se à
sua má assistência espiritual, receber influências malignas e correr o risco de
avassalamento.
10.32
Os milhões de obsessores que povoam o astral inferior têm, cada qual, as suas
preferências e escolhem as vítimas encarnadas de acordo com a afinidade que por
elas sentem ou os sentimentos que os animam com relação a essas mesmas vítimas.
Os pensamentos afins são sempre o ímã atração.
10.33
Há os que gostam de bebidas alcoólicas, os que foram gastrônomos e continuam
com o mesmo vício, e os fumantes e escravos de outros hábitos viciosos, todos
empenhados em satisfazer os seus intemperados desejos. As vibrações harmônicas
do obsessor e do obsedado conjugam-se, fundem-se, ajustam-se e se encaixam de
tal maneira uma na outra que se torna difícil a separação.
10.34 A
desobsessão de um ser rancoroso e vingativo é sempre problemática porque,
alimentando ódio e malquerença, revela grande inferioridade espiritual. Com
este sentimento se tornam um associado permanente dos espíritos inferiores. Em
tais casos a enfermidade passa a ser incurável, desde que o livre-arbítrio da
criatura continue a ser empregado para o mal.
10.35
Depois de desobsedado, limpo psiquicamente, é preciso fortificar não só o seu
espírito, mas também o corpo, danificados ambos pelos maus fluidos e grande
perda de energia anímica, o que se consegue pela reeducação da vontade e
disciplina do pensamento.
10.37 A
normalização das crianças se fará desobsedando e esclarecendo os pais e as
demais pessoas com quem convivem, levando-as, assiduamente, às correntes
fluídicas das Casas Racionalistas.
10.38 As crianças também se normalizam com a mudança de ambiente, quando retiradas do meio onde agem os espíritos do astral inferior (atraídos pelos vícios e maus pensamentos dos adultos), para outro em que o viver ameno seja pautado pelos Princípios do Racionalismo Cristão.
10.38 As crianças também se normalizam com a mudança de ambiente, quando retiradas do meio onde agem os espíritos do astral inferior (atraídos pelos vícios e maus pensamentos dos adultos), para outro em que o viver ameno seja pautado pelos Princípios do Racionalismo Cristão.
Por Fernando Faria
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