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12. Qual é o principal
problema da vida?
12.1 O principal problema da
vida do ser humano é aprender a confiar em si mesmo, na ação da vontade e na
força prodigiosa, imensurável do seu pensamento, deixando de ser adorador,
rezador e mendigo da proteção de deus.
12.2
Poderá o leitor imaginar o que seria o mundo atual se os templos de todas as
religiões, ao invés de ensinarem a pedir, rezar, louvar e adorar, ministrassem
aos seres humanos os esclarecedores Princípios contidos na Doutrina
Racionalista Cristã, para uma vida sã e eficiente?
12.3 A
criatura será capaz de fazer idéia do que significaria para a humanidade a
transformação desses templos em escolas de alto espiritualismo?
12.4
Tanto a malquerença como a adoração criam situações condenáveis: enquanto a
malquerença desperta o sentimento de aversão, de ódio e vingança com os mais
perniciosos efeitos para o agente, a adoração conduz ao temor, à humildade
subserviente e subalterna, à subjugação das iniciativas, à alienação da
vontade, à falta de confiança do indivíduo em si mesmo, sempre em desprestígio
do espírito e em flagrante anulação do seu próprio valor.
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12.5 No
astral inferior os espíritos constatam que não há deus, nem demônio, nem
santos, nem céu, nem inferno e riem-se dos adoradores que estão ainda
entorpecidos pela influência das suas crenças.
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12.6 No
Mundo Terra, em que se confundem almas encarnadas de várias classes, e no qual
a maioria ainda vive mais para a matéria do que para os valores espirituais,
não foi difícil agrupar, sob a flâmula de cada religião, incontáveis legiões de
adoradores.
12.7 No
Brasil e em muitos outros países, adora-se Jesus; não há, entretanto, qualquer
diferença entre tais adoradores e os outros que se voltam para Buda,
Confúcio e Maomé.
12.8
Por trás das aparências de todos eles, esconde-se a ação subserviente e
bajulatória, com a qual esperam receber maiores recompensas, presentes ou
futuras, ou o perdão para as suas faltas. Essas atitudes constituem uma prática
destrutiva de enfraquecimento do próprio caráter.
12.9 Se
aos seres encarnados, esclarecidos, repugnam as bajulações, os atos de
subserviência e os incensos, não será difícil imaginar-se o que isso produziria
em espíritos desencarnados altamente evoluídos, se tais sentimentos pudessem
chegar a eles.
12.10
Os fiéis podem adorar um pedaço de pau talhado com feições humanas, porque o
livre-arbítrio não lhes nega o direito de satisfazerem a sua irracional vontade
adorativa.
12.11
Nenhum adorador é capaz de dissociar a idéia de adorar da de pedir. A razão é
óbvia: adorar e pedir são duas muletas iguais para uma só invalidez mental.
12.12
Cada ser humano deverá ter sempre presente que a Força, a Inteligência
Universal, que os diversos povos da Terra denominam Deus, e que o Racionalismo
afirma ser o Grande Foco, não tem forma, é a Grande Luz Universal que compõe o
Universo, a qual envolve as galáxias e respectivos planetas, regendo-os com as
suas Leis naturais e imutáveis, não interferindo no livre-arbítrio das
criaturas.
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12.13
Onde encontramos essa grande Luz? Em tudo que tem vida. Nas montanhas mais
inacessíveis, nos imensos espaços das florestas, na vastidão dos oceanos, dos
rios, nos campos, nos pomares, nos jardins e em todas as formas de animais, dos
mais rudimentares ao homem. Em toda a natureza, somente o homem é adorador.
Inventou a adoração porque é imperfeito.
12.14 A
verdade é que os adoradores pertencem todos a uma classe idêntica, embora de
diferentes categorias. São candidatos a reencarnações sucessivas neste
laboratório psíquico que é o Mundo Terra, até que o amadurecimento espiritual
os faça compreender a realidade das coisas.
12.15
Ao observador atento não é difícil avaliar o grau de espiritualidade dos seres
pela tendência que manifestam para a adoração, assim como a maior ou menor
intensidade dessa tendência.
12.16 O
modo de adorar e o objeto adorado variam na medida em que a consciência da vida
vai despertando, até chegar ao ponto de poder a criatura repelir o sentimento
de adoração.
12.17
Adora-se, de um modo geral, para mendigar favores e proteção. A adoração, pois,
acusa uma condição de ignorância e inferioridade espiritual.
12.18 É
no estado primitivo, na condição de selvagem, que o indivíduo sente o primeiro
impulso, o primeiro gesto, o primeiro movimento adorativo.
12.19
De encarnação em encarnação ascende ele às classes ditas civilizadas
conservando esse mesmo sentimento, porém, modificado na forma, já que mais
polido, mais requintado para satisfazer as condições sociais do meio, mas
mantendo, no fundo, o mesmo pensamento e a mesma idéia que o geraram no
passado.
12.20
As religiões usam sempre aparatos para impressionar os seus adeptos. A maioria
deles é destinada a incentivar a adoração.
12.21
No estado atual, a humanidade pode ser classificada em dois grandes grupos: o
dos espíritos adoradores e o dos independentes, com divisões que correspondem à
escala do progresso adquirido no curso das sucessivas encarnações.
12.22 O
grau de espiritualidade média encontra-se na faixa de transição intermediária,
que separa o campo dominado pela mentalidade adoratória daquele em que a personalidade se destaca pela firmeza
de caráter, independência de atitudes e insubordinação a tudo quanto a sua consciência
esclarecida reprove.
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12.23
Classificados na camada inferior, estão os silvícolas, uma das primeiras fases
da evolução humana — seguindo-se-lhes os que se entregam a práticas esdrúxulas
de adoração, dominados por cego fanatismo.
12.24 Na faixa de transição,
confundem-se os espíritos encarnados ainda presos à idéia subalterna de um deus
protetor e paternal, com os espíritos que, rejeitando as genuflexões
contemplativas e as atitudes bajulatórias e subservientes, procuram conduzir-se
com retidão e valor.
Qual é o principal problema da
vida?
Por Fernando Faria
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