2. Por
que vivemos?
2.2
Quando a evolução não for devidamente considerada, não há explicação lógica nem
racional para a existência. Deve, por isso, todo indivíduo imprimir uma
superior orientação à vida para encurtar o processo de sua evolução,
esforçando-se por ser operoso e progressista e ter a atenção voltada para o
aprimoramento da própria personalidade.
2.3 O
princípio fundamental da vida no Universo é a Evolução. Nela reside a base do
entendimento de tudo quanto se passa dentro e fora do alcance visual humano.
2.4
Negam a evolução, por ignorância uns, por cepticismo radical outros, por
interesses sectaristas tantos, empreguem para reforçar essa negativa todos os
sofismas, todos os floreios, todos os artifícios de linguagem de que forem
capazes, e a evolução estará sempre presente, sempre viva, sempre atuante em
todas as manifestações da vida, desde quando esta começa a despertar.
2.5 Por
que tanto se interessam determinadas seitas em negar a evolução?
Por que tão intransigentemente se opõem a ela?
Por que não se curvam diante dela e a admitem e aceitam?
O motivo não é difícil encontrar se considerarmos que o reconhecimento da evolução reduz a fagulhas a mística da salvação.
Por que tão intransigentemente se opõem a ela?
Por que não se curvam diante dela e a admitem e aceitam?
O motivo não é difícil encontrar se considerarmos que o reconhecimento da evolução reduz a fagulhas a mística da salvação.
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2.6 Se
as organizações religiosas revelassem a Verdade aos seus adeptos, no tocante à
fantasia dos perdões, da salvação eterna, da mansão celestial, do divino pai,
do inferno, do demônio, do purgatório e de tantas outras invencionices, nenhuma
delas se manteria de pé.
2.7
Desapareceriam as fontes de renda representadas pela indústria dos santos de
madeira e de barro, das relíquias, dos dízimos do “Senhor”, das esmolas para os
“Santos”, das rezas e de muitas outras práticas artificiosas.
2.8 Martelando
a idéia da “salvação” na mente da criança, vai-se essa fantasia impregnando no
seu corpo astral até criar raízes profundas.
Mais tarde, quando adulta, repete maquinalmente o que se habituara a ouvir, sem querer submeter o caso ao raciocínio por sentir um desagradável choque entre o falso, por tanto tempo armazenado no subconsciente, e o verdadeiro, latente no sentido consciente.
Mais tarde, quando adulta, repete maquinalmente o que se habituara a ouvir, sem querer submeter o caso ao raciocínio por sentir um desagradável choque entre o falso, por tanto tempo armazenado no subconsciente, e o verdadeiro, latente no sentido consciente.
2.9
Além de absurdo, é o dogma da “salvação” um estímulo ao comodismo.
O trabalho, a luta que o ser humano precisa travar, o esforço a que não pode deixar de empregar para conseguir a evolução espiritual e o progresso material, não são entendidos pelos sectaristas que melhor confiam na “graça”, e nos “favores”, na proteção da suposta divindade, do que em tudo mais.
O trabalho, a luta que o ser humano precisa travar, o esforço a que não pode deixar de empregar para conseguir a evolução espiritual e o progresso material, não são entendidos pelos sectaristas que melhor confiam na “graça”, e nos “favores”, na proteção da suposta divindade, do que em tudo mais.
2.10 Não
se pense que os fanáticos vão admitir, como reais, as verdades aqui
proclamadas. O fanatismo tolda a inteligência e não deixa raciocinar. Para o
fanático, há livros sagrados ditados por um “deus”, dos quais ele não pode nem
deve duvidar, sob pena de cometer grande pecado e pôr em risco a sua
“salvação”.
2.11 A
aceitação da Evolução implicaria na destruição de um sistema de que participam,
direta ou indiretamente, milhões de indivíduos cujas conveniências pessoais são
colocadas acima dos interesses da humanidade.
2.13 A
Evolução faz-se sentir em tudo: na semente que brota para transformar-se em
flor; na árvore que se agiganta e frutifica na trajetória de um ciclo; no ser
humano que penetra na escola analfabeto e da lá sai cientista; no
desenvolvimento das artes, das letras, das ciências, da música, dos
laboratórios, das indústrias, das invenções e das utilidades sociais.
2.15 O
observador que quiser enxergar tem diante dos olhos o quadro da evolução do
espírito na vida terrestre.
Não existem dois indivíduos iguais, embora os haja semelhantes.
Cada um está promovendo o seu progresso a seu modo e a sua custa, de acordo com o procedimento que tem adotado no transcurso das encarnações passadas, num período de milhares de anos.
Não existem dois indivíduos iguais, embora os haja semelhantes.
Cada um está promovendo o seu progresso a seu modo e a sua custa, de acordo com o procedimento que tem adotado no transcurso das encarnações passadas, num período de milhares de anos.
2.16 Os
que usaram melhor o livre-arbítrio, é evidente, conseguiram evoluir mais do que
outros menos cuidadosos, no mesmo número de encarnações.
2.17 Aí
está uma das razões que explicam a grande heterogeneidade de mentalidades,
disparidades de sentimentos e divergências de conceitos, que se observam no
meio do povo.
2.18 É
que o número de encarnações realizadas varia de indivíduo para indivíduo, como
varia também o aproveitamento que cada qual adquire por esforço próprio.
2.19
Veja-se como esta revelação da vida transmitida ao conhecimento humano é
diferente da que os sectaristas apresentam, cheia de incoerências, absurdos e contradições,
porque baseada nas sandices bíblicas, em parte inspiradas por espíritos
galhofeiros do astral inferior, conhecidos como “profetas”, que se serviram,
não raro, de médiuns confabuladores, iguais aos muitos que por aí andam a
explorar o imenso filão da crendice, do qual auferem grandes lucros em
pretensas ciências.
2.21 A
compreensão e conhecimento das coisas são frutos da evolução do espírito, e
muitos dos que hoje estão encarnados já consideraram a vida sob um aspecto que
se aproxima cada vez mais da Verdade.
2.23
Todos terão de compreender, cedo ou tarde, que a humanidade caminha na mesma
direção e para alcançar um idêntico fim, que é o aperfeiçoamento, e só é
possível pelo esforço próprio bem orientado, pelo trabalho individual
disciplinado e pela conquista do saber à custa de atividade intensa e
permanente.
2.24
Deve o indivíduo procurar a si mesmo, e em si mesmo aprender a confiar,
consciente de serem imensos e inavaliáveis os recursos que possui para levar a
bom termo cada existência física.
2.25
Com este pensamento ficará sincronizado com a corrente da evolução por onde
fará a sua ascensão espiritual, sem grandes tropeços e sem maiores sacrifícios.
2.27
Todos os atributos morais estão equidistantes desses dois extremos. Ainda em
posições extremas, situam-se o perdulário e o avarento, mas o comedido fica no
centro, que representa a posição real para todos os seres de caráter bem formado.
2.28
Nessas mesmas posições extremas estão as qualidades negativas que inferiorizam
o espírito, enquanto que no centro, ao contrário, refulgem as positivas,
ideais, construtivas, que engrandecem, fazendo-o crescer na escala ascendente
da evolução.
2.29
Como o perdulário e o avarento, também a malquerença e a adoração ocupam pontos
extremos, mas a amizade e a virtude têm lugar destacado no centro.
2.30
Homens e mulheres se despencam pelos flancos de perigosos abismos, por não
quererem compreender que entre duas forças iguais e opostas existe sempre um
ponto central de equilíbrio, em que deveriam manter-se para poderem desfrutar
as vantagens que ele oferece.
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Porque vivemos?
Por Fernando Faria
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