3. O
que é Deus?
Os deuses possuem, invariavelmente, os caracteres físicos e mentais dos seres que os conceberam.
3.2 Não
importa que os homens, invertendo a realidade dos fatos, afirmem que foi Deus
quem criou o homem à sua imagem.
A verdade é bem outra, e não é preciso ter grande imaginação para descobrir o logro multissecular de que tem sido vítima a humanidade.
A verdade é bem outra, e não é preciso ter grande imaginação para descobrir o logro multissecular de que tem sido vítima a humanidade.
3.3 Foi
o homem quem imaginou, quem concebeu, quem criou os deuses. Criou-os
mentalmente, com a forma humana e as mesmas qualidades e defeitos que possui.
3.4
Nessa criação estão claramente refletidos os sentimentos dos criadores.
3.5 O
deus corpóreo figura em todas as religiões. No credo — que é a oração principal
de uma delas — aparece com o filho sentado ao seu lado direito, compondo um
quadro de vida material comum.
3.6 O
conceito da divindade, embora variando de raça para raça, não modifica a
tendência geral relativamente à concepção do deus-rei, todo-poderoso, distribuindo
prêmios e castigos.
3.7 Na
Bíblia, no Velho Testamento — livro sagrado e intocável para tantos adoradores
— existem referências ao deus de temperamento iracundo e vingativo da época.
3.8
Esse vergonhoso sentimento, especialmente em um deus, nada mais é do que o
reflexo do sentimento do próprio povo que o imaginou.
3.9
Quando a criatura, de evolução em evolução, chegar a compreender que é como
espírito, Força, Inteligência e Poder; quando se convencer de que possui
atributos morais para vencer, racionalmente, quaisquer dificuldades, quando
adquirir a consciência da sua condição de partícula de um Todo harmônico (dele
inseparável) que é o próprio Universo Espiritual, cairão por terra, como
inautênticas e ridículas, as idéias primitivas do deus protetor ao qual vivia
jungida.
3.10 Os
que hoje rendem culto a um deus abstrato, acharão (ao cabo de tantas
encarnações quantas precisarem para atingir o necessário esclarecimento) tão
tolo esse culto, quanto ridícula os civilizados agora entendem ser a idéia, que
também já alimentaram, de adorar deuses representados por elementos da natureza
ou animais inferiores.
3.11
Para a maioria, deus é uma entidade que se presta a promover castigos,
distribuir graças e a lavrar, em caráter eterno ou temporário, condenações ou
absolvições.
3.12 E,
note-se: o deus, a quem são dirigidos os pedidos, é de tal maneira desavisado e
vive tão alheio, tão arredio, tão
indiferente aos problemas humanos, que a sua atenção para esses problemas
somente é despertada através dos apelos que recebe.
3.13 É
preciso que se lhe peça piedade, para que se apiede; que se lhe suplique
misericórdia, para tornar-se misericordioso; que se lhe implore paz, para que
pacifique; que se lhe rogue justiça, para que seja justo.
3.14 É
comum atribuir-se a Deus, cujos desígnios afirmam ser impenetráveis, a
responsabilidade de grande parte das coisas que acontecem na Terra.
3.15
Dessa maneira, se desencarna uma pessoa da família, foi deus quem a levou. Se
acontece um desastre, deus assim o quis. Se alguém escapa de ficar sob as rodas
de um automóvel, a deus passa a ser creditado o salvamento da quase vítima. A
individualidade fica sempre subordinada à ação de uma terceira entidade, e essa
subordinação exerce esmagadora influência negativa sobre o espírito humano.
3.18 A
Força é representada no Racionalismo Cristão sob uma denominação comum: Força,
Inteligência Universal ou, ainda, Grande Foco.
3.19 A
Força mantém o Universo regido por leis comuns, naturais e imutáveis.
Comuns, porque inerentes a todos, sem a mínima exceção; naturais, por decorrerem de uma sequência lógica no processo da evolução; imutáveis, por serem absolutas e neste sentido não há lugar para o imprevisto, para o acaso ou a dúvida, imperando — só e sempre — a exatidão, a certeza, a perfeição.
Comuns, porque inerentes a todos, sem a mínima exceção; naturais, por decorrerem de uma sequência lógica no processo da evolução; imutáveis, por serem absolutas e neste sentido não há lugar para o imprevisto, para o acaso ou a dúvida, imperando — só e sempre — a exatidão, a certeza, a perfeição.
3.20 A
Força age em obediência às leis evolutivas, utilizando-se da Matéria no estado
primário desta e com ela forma corpos e realiza fenômenos incontáveis e
indescritíveis que escapam à apreciação comum, considerados os limitados
recursos deste Planeta.
3.22 As
forças que atuam no átomo para produzir fenômenos psíquicos são impulsionadas
pelo Espírito, por ser este uma Partícula da Força Total, da qual possui
poderes congêneres, porém, limitados ao estado de evolução já alcançado.
3.23
Força é a expressão empregada quando da sua associação com a Matéria, e Grande
Foco quando se quer exprimir o Agente Universal, na sua concepção infinita. São,
porém, termos sinônimos, de igual sentido.
3.25 Não se pode expressar a grandeza infinita de uma valor absoluto, com palavras de sentido relativo, como são os da linguagem comum.
3.26 As
palavras Grande Foco ou Força, ainda quando não exprimam toda a realidade do
seu sentido, são adotadas por falta de termos mais expressivos.
3.27
Grande Foco dá a ideia de luz e também de intensidade de brilho.
3.28 A
palavra “Grande”, com “G” maiúsculo, quer dizer Total.
É, sem dúvida, uma expressão bastante acessível àqueles que ainda não podem penetrar mais profundamente nas questões demasiadamente abstratas.
Quem é Deus?
Por Fernando Faria
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